sábado, 30 de agosto de 2008

Inerte

Aqui estou eu de novo, no mesmo ponto de onde parti há quatro anos. Na varanda do meu quarto de Campinas, sob um céu negro e sem estrelas, sentindo o vento fresco soprar por meus cabelos enquanto uma nuvem de insetos picantes zombe dentro de casa.

A mesma casa vizinha de fundo toca os acordes nostálgicos de músicas que há tempos não ouvia. Uma algazarra doce evapora daquelas paredes aquecidas pelo sol de primavera.

E minha mãe ali embaixo, no quintal, regando as plantas sem perceber minha presença na varanda superior... parece não sentir o peso dos anos e a mesmice desses tempos... o ar dessa cidade parece inerte. Nada muda por aqui.

Enquanto isso, passo meu tempo vivendo em São Paulo, adiantando dois anos em um e enruguecendo mais a cada amanhecer sem sol.

“Admirável Mundo Novo!”.

Nenhum comentário: