domingo, 23 de novembro de 2008

Alvo

A eternidade é sempre alva sob a luz solar: infinita branquidão que transmite o único e necessário sentimento de mesmisse absoluta, celestial. Como uma gigantesca nuvem que engole tudo. Para sempre estagnada. Estabilizada. Fria como o branco.

Novos cheiros, novas complexidades, novas barreiras a transpor. Mas o branco é o mesmo branco de antes, sempre tão fiel a si mesmo, sempre tão eternamente inocente. Consome tudo, inunda o todo. E continua, sempre, em frente, em vão. O vão motivo de ser sempre assim tão mesmo em si. Tão forte e insistente. Uno.

Não há força que o manche, nem rio que o mescle. Não há o semitom das tardes, das manhãs, das madrugadas. Nem o escurecer do inverno. Não há variações. É sempre. É o ser sozinho. Sempre é.

E meia volta, volta inteira, volta e meia: eternamente imutável. É alvo!

2 comentários:

Gustavo Clark disse...

Camila, minha querida... Não, não era paixão. Poderia vir a ser, mas algo me arrebatou antes dessa possibilidade e sinto que estou melhor assim.

Mas e seus posts tão tristes... Porque o excesso do vazio e do branco na tua vida? Vamos combinar de um dia conversarmos para ver no que vai dar... Faz tempo que isso não acontece e é quase um pecado.

Beijos e mantenha-se sempre no caminho certo (mesmo que ele seja o errado para os outros).

Vagon'alma disse...

poucos dizem sentir o que todos sentem, e isso faz a diferença.

talvez não exista sentimento que traduza mais o nosso tempo: congelamento, estagnação.

Bjããoo!!