O gato comeu minha língua
Levou embora minhas palavras
Meu paladar, minhas gírias
Minha personalidade, minhas manias
Procurei por todo canto
O gato com cara de santo
Encontrei minhas gotas de sangue caídas
Ouvi trechos das minhas canções favoritas
Mas o gato mal, eu não achei por nada
Tão leve, não deixou nenhuma pegada
Nem sobre a areia fofa da praia
Nem sobre a poeira espessa da calha
Desde então, exponho-me em versos tristes
Neste diário que criei pra contar minhas crises
Pra ver se é possível transmitir assim
O que minha língua contava de mim
4 comentários:
não deu p/ encontrar o gato nem com o rastro de sangue que ele deixou pelo caminho??
tsc...tsc...é por isso q eu prefiro os cães....
mande notícias do front, Camila.
Se esses escritos refletem no teu estado de espírito, talvez você precise conversar um bocado.
Beijos
camila! a tempos não passo por aqui... está tudo muito lindo e muito sentido, como sempre...
meu antigo weblogger se desfez, mas continuo por aí...
abraços!
...às vezes o discurso que nos molda abandona, eis a magia da crise.
Muito bom! =)
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